Ano novo
[Crônica do dia 1º de janeiro de 2003]
Primeiro de janeiro de 2003. Ano novo, presidente novo e uma enorme esperança para enfrentar os problemas antigos.
Ano depois de ano cada, ano começa, se estende e acaba. Até o fim dos dias essa será a regra, tão imutável quanto a certeza da morte, tão eterna quanto a existência de Deus, tão humana quanto a noção do tempo.
Ontem de noite a vida se preparou para este momento. Se enfeitou, se cobriu de brilhos, explodiu em fogos de artifício, se acabou no fundo das garrafas vazias que não mostraram onde está a felicidade.
É sempre assim e continuará sendo, porque a esperança é a última que morre e, hoje, no Brasil, ela toma outra dimensão, na enorme esperança que fez a guinada da última eleição se materializar agora, na posse do novo presidente, em quem repousam todas as incertezas e a vontade de ter boa vontade, para acertar e fazer o Brasil um país melhor, mais justo, mais rico e mais humano.
Primeiro de janeiro de 2003. Começo do terceiro ano do novo milênio.
Recomeço da vida para cada um que acredita que é pra frente que se anda, que o passado passou e que é preciso consertar o errado e dar o máximo de si para tentar chegar lá.
Recomeço da antiga marcha que empurra todos os homens para algum lugar que ninguém sabe onde fica, mas que é onde temos que chegar, com a ajuda de Deus e a rota traçada nas estrelas.
2003. Que o ano que se inicia agora traga ao longo dele a certeza de que a esperança estava certa e que a esperança é algo palpável, ainda que como um sopro de vento, como um sonho se materializando.
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