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As chuvas e seus ritmos

Que no verão chove, ninguém tem dúvida. Chove e chove muito, ou pelo menos deveria chover muito. O problema é que, com as mudanças climáticas, não sabemos mais quando vai chover ou ao menos se vai chover. Pode ser que sim, pode ser que não.

As chuvas são menos certas do que o derretimento das geleiras. Estas derretem incessantemente, num ritmo próprio que faz os ursos polares terem que nadar muito mais ou ficarem em terra seca quando deveriam estar no mar.

As chuvas este ano já estão aí. Mais ou menos fortes, espalhadas pelo país, como acontece regularmente. Em alguns lugares, as tragédias já mostraram que o jogo é de gente grande e que, enquanto a demagogia for parte do cardápio dos nossos políticos, vai seguir tudo como sempre foi. A morte e a destruição darão as caras e não tem nada que alguém possa fazer para mudar o quadro no curto prazo.

São Paulo viu de tudo. Desde o final de 2022, as chuvas vão e voltam na velocidade dos ventos que trazem as nuvens que derramam a água e fazem o que querem, quando querem.

O duro é tentar entender o céu. Às vezes parece que vai chover e não chove, outras parece que não vai chover e chove. Faz parte do imprevisível que dá graça à vida nesta época do ano.

Quando a chuva cai com a violência do dilúvio, com ventos soprando em alta velocidade, árvores dobradas e caindo, ruas enchendo d’água, a solução é fácil. É ficar em casa porque as outras alternativas são muito piores. O complicado é quando você quer dar sua caminhada, olha para o céu, vê que está cinza, mas fica em dúvida se vai chover ou não.

Como você é esperto, espera um pouco. Não chove, então vai. Só que você chega na esquina e a chuva cai. Ela só estava esperando você sair.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.