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Mais uma vez o Tribunal de Justiça

[Crônica do dia 28 de setembro de 1999]

Cada vez que eu vou ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, eu saio encantado. Desde já quero deixar claro que não estou falando do túnel Tribunal de Justiça, mas do palácio da praça da Sé, projetado por Ramos de Azevedo para abrigar a mais alta instância do judiciário paulista e por onde passaram – ou estão – alguns dos homens mais competentes deste país.

Desde a primeira vez que lá estive, ainda aluno da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, o prédio sempre me impressionou. Suas linhas clássicas, retas e firmes, dão ao edifício a dignidade necessária para abrigar um dos três pilares da democracia, o poder judiciário, que é inclusive o responsável pela guarda do sistema.

Mas se o prédio, erguido ao lado da catedral da Sé, olhando para o pátio do colégio, por fora é lindo, ele é ainda mais bonito por dentro.

Começando pelo enorme hall principal, com suas imponentes colunas, até o pequeno museu, no quinto andar, cada detalhe mostra o cuidado com que o edifício foi pensado e construído.

Seus corredores severos, com as altas portas das salas os ladeando impõem o respeito que a justiça necessita e que as decisões de seus desembargadores embasam.

É bom caminhar por eles. É bom porque no prédio da primeira metade do século vemos o feliz encontro da competência arquitetônica com a competência jurídica, balizando e realçando a postura do mais importante tribunal de justiça do país.

Dentro de suas paredes sólidas, seres humanos de sólida formação profissional e ainda mais sólida formação moral, trabalham e estudam para definir os parâmetros legais para o estado mais rico da nação, permitindo através de seus acórdãos que a justiça dos homens se faça e se imponha, dando à população a segurança necessária para, dentro da lei, cada um fazer o que quiser.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.