Dia da Mulher
[Crônica do dia 14 de março de 2005]
O dia 8 é março é o Dia Internacional da Mulher. Quer dizer, é o dia que a mulher deve oficialmente ser homenageada. Por isso, eu não gosto do dia 8 de março. A mulher não precisa dia para ser homenageada. A homenagem para a mulher se renova em cada instante da vida do homem porque a mulher é a essência da própria vida e sem ela a vida não existiria, nem teria razão de ser; nem a beleza, nem a ternura.
O amor à mulher transcende qualquer data, porque ela é senhora absoluta da vida em todos os níveis, em todos os mundos, como fêmea e mãe, como senhora da reprodução, como dona do amor.
A mulher é a síntese do que existe de bom no mundo. Nenhuma forma é mais bela do que as linhas curvas de seu corpo, nenhum corpo é mais suave que o seu, nenhuma ideia é mais pura do que ela.
Mão, amante, namorada, esposa, mulher – acima de tudo mulher – a mulher encarna o mistério, o desafio, a vontade de seguir em frente, a necessidade de construir, de fazer, de se perpetuar.
Nela, cada pelo e cada poro exala vida e a força vital que empurra o universo e faz da aventura da vida uma viagem com sentido e razão de ser, ainda que em direção ao desconhecido, mas se perpetuando em todo gesto, em toda palavra, em todo espanto e em cada descoberta.
A mulher é um continente impossível de ser conquistado ou mesmo compreendido. Sua descoberta é mais densa e mais profunda do que o encontro de qualquer ilha; e se estende por campos largos e montanhas suaves, onde o orvalho semeia a vida e a boa aventurança do amor.
Onde os olhos refletem o primeiro brilho da primeira estrela formada depois da grande explosão. Por isso cada mulher é um universo único, uma deusa para quem o próprio corpo é o grande altar.
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