Duas vezes pinacoteca

A Pinacoteca de São Paulo, a partir de agora o segundo museu da América Latina, acaba de instalar um cartaz no portão de entrada recomendando que não usem celular em seu entorno porque a chance de ser assaltado é muito grande.

É triste, mas, mais do que triste, apavorante. A Pinacoteca está a poucos metros do quartel da ROTA e do Comando da Polícia Militar. Isso mostra que ter polícia perto e bandido agindo solto não é exclusividade do Butantã, onde os assaltos se sucedem com monótona regularidade, apesar de na Avenida Valentim Gentil ter um estacionamento da Polícia Militar que, além de atrapalhar o trânsito por conta dos cones fechando a pista mais perto da calçada, não serve para garantir a segurança do pedaço.

A Pinacoteca é um dos museus mais visitados da cidade. Anualmente, milhares de pessoas passam pelos corredores com o que tem de melhor na arte nacional. São moradores da cidade, turistas vindos de todas as partes do país e turistas vindos do exterior, mas isso parece não sensibilizar as autoridades policiais e os assaltos acontecem, um atrás do outro, denegrindo a já poluída imagem do país e da cidade, sem que se veja um esforço eficiente para coibi-los.

O interessante são as notas emitidas pela Secretaria da Segurança Pública. Todas, sem exceção, informam que a polícia está agindo através da inteligência, que tem reforçado o policiamento no local e que, ao longo do ano, foram efetuadas não sei quantas prisões. E os assaltos prosseguem.

O lado bom é que a Pinacoteca acaba de abrir a Pina Contemporânea. Um novo espaço para mostrar a arte atual e interagir com a cidade. Com sua inauguração, a Pinacoteca de São Paulo assume o posto de segundo museu da América Latina, perdendo apenas para o Museu de Antropologia do México. Se visitar o Museu já era uma viagem, agora é muito mais.

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