Duas vezes pinacoteca

A Pinacoteca de São Paulo, a partir de agora o segundo museu da América Latina, acaba de instalar um cartaz no portão de entrada recomendando que não usem celular em seu entorno porque a chance de ser assaltado é muito grande. É triste, mas, mais do que triste, apavorante. A…

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A filha do gigante

[Crônica do dia 19 de junho de 1997] Durante meses, o buraco gigante da avenida Interlagos apavorou São Paulo, prometendo – e cumprindo – piorar o trânsito com a ajuda de seus filhos, espalhados por todos os cantos da cidade, arrebentando de forma explícita as suspensões dos mais desavisados, e…

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O tempo e a mudança

[Crônica do dia 20 de março de 1998] Não é a primeira vez que falo sobre a avenida da Consolação e as suas lojas de lustres. Uma ao lado da outra, ao longo da rua, elas são lindas e criam um cenário único, que, no passado, já foi mais bonito,…

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O fim da festa

Não tem nada mais romântico do que um casamento numa fazenda antiga. Dá sensação de conto de fadas, a noiva fica mais bonita, mais brilhante e o noivo, por osmose, adquire jeito de príncipe encantado. Os convidados se divertem, o lugar inspira, a festa corre solta, alegre e feliz, como…

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Um crime bárbaro

[Crônica do dia 23 de abril de 1997] Não há dúvida nenhuma, matar um beija-flor é uma barbaridade. um ato sem sentido que não leva a nada, exceto privar a natureza duma das suas joias mais bonitas e de um dos animais mais violentos que ela criou. Para quem não…

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O absurdo em duas rodas

[Crônica do dia 9 de fevereiro de 1999] Logo no início das crônicas, seis anos atrás, eu fiz uma série com um personagem inventado, Joãozinho Bam Bam, que se especializa, levado pelo ódio, em derrubar motoqueiros de suas motos. Como se vê, o problema é antigo de pelo menos seis…

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O abandono da cracolânida

De repente, numa certa manhã, o impossível aconteceu. A Cracolândia, o mais antigo e tenebroso centro de consumo de drogas da cidade, amanheceu vazia. Não tinha drogados, não tinha traficantes, não tinha bancas de drogas, não tinha sujeira nas ruas. A Cracolândia ecoava o silêncio de seu abandono nos poucos…

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Os motoqueiros destrambelham

Existe uma enorme diferença entre motociclista e motoqueiro, com um grande ganho de qualidade para o primeiro, que costuma ser um ser civilizado, ao contrário do segundo, que está invariavelmente mais para mau selvagem do que para qualquer outra coisa. O traço que os distingue é simples: um motociclista é…

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Kamikaze

O motoqueiro descia a Avenida Rebouças desembestado. A Avenida Rebouças é meio que uma corrida de obstáculos ou uma pista de skate para motoqueiros desembestados. Ela serve como pista de teste para toda sorte de loucuras, desde desafiar ônibus em seus corredores, arrancar espelhos retrovisores dos carros parados e ameaçar…

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Nas trevas das ruas

O que será que está por trás das trevas das ruas paulistanas? Não o que está escondido nas ruas e nas suas quebradas, porque isso quase todo mundo sabe que são os assaltantes e os bandidos mixurucas, que precisam das trevas para se esconder e assaltar quem passa perto. Não…

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