O pedaço vai mudar de cara
[Crônica do dia 2 de julho de 2002]
Já faz tempo que a região da rua Oscar Freire é uma das regiões mais bonitas da cidade de São Paulo. Aliás, não sei se bonita seria a palavra certa, quem sabe, charmosa se adequasse melhor, porque a rua, em si, não é propriamente bonita, ela é elegante, o que é muito mais.
E não é só a Oscar Freire. Suas paralelas e transversais seguem o mesmo caminho, uma ficando mais elegante do que a outra, com as lojas mais finas do mundo dividindo os espaços e as vitrines, com o inconveniente, hoje indispensável, dos seguranças, tirando um pouco do brilho da festa.
É gostoso andar vendo as vitrines, uma mais bonita do que a outra. Além disso, é na região que estão alguns dos melhores restaurantes da cidade, o que permite unir o útil ao agradável, principalmente num domingo de outono, com o céu azul e a temperatura amena convidando para um passeio.
O melhor de tudo é que parece que o que está bom vai ficar melhor ainda.
Existe um projeto de reurbanização do pedaço e se ele for levado em frente, a região, num raio bem maior do que a Oscar Freire e suas vizinhas, deve ser completamente revitalizada, ganhando em sofisticação, pelo paisagismo e pela melhoria das condições das calçadas, da iluminação e pelo uso para cultura de boa parte dos espaços que hoje ainda estão deteriorados, com lojas decadentes, principalmente na rua Augusta, que já foi um marco na história urbana de São Paulo.
É esperar pra ver. E torcer para dar certo e para o projeto sair do papel e se espalhar pelas ruas, mudando pra melhor uma das regiões que já é uma das mais nobres da cidade.
Com um pouco de sorte, chegamos lá e São Paulo, hoje um templo em homenagem da violência, se transforma, pouco a pouco, numa cidade humana e civilizada, onde é gostoso morar e viver.
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