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52.000 pessoas nas ruas

Faz tempo que o número de pessoas em situação de rua não para de crescer, no Brasil e no mundo. Quem tiver dúvida, ou achar que estou exagerando, vá até Paris, Londres ou Los Angeles e caminhe pelas ruas. O número de pessoas em condição de rua ainda não é tão alto quanto o de São Paulo, mas caminha a passos largos para um buraco sem tamanho e sem solução de curto prazo.

Na origem do problema não tem uma única razão, mas várias, que se somam ou não, dependendo do lugar ou da cidade. A Europa coloca parte da culpa nos imigrantes ilegais que invadiram a União Europeia com a sem cerimônia de quem não tem nada a perder e resolveu dar o troco para as barbaridades cometidas pelos europeus no século 19, nas mais diversas partes do planeta, com ênfase na África e na Ásia.

No Brasil, a situação se agrava a olhos vistos e o governo tenta, com 600 reais por mês, mitigar o drama de centenas de milhares de pessoas que foram para as ruas, antes, durante e depois da pandemia.

E a elas se somam os milhões de brasileiros que vivem em comunidades mais ou menos estruturadas, nas quais o Estado é completamente omisso, com consequências dramáticas para a população.
Não tem o que fazer, não tem para onde correr, não tem tapete para esconder a realidade debaixo dele. E não tem nada que indique que as coisas vão mudar nos próximos anos.

Números confiáveis, recentemente publicados, dão conta que a cidade de São Paulo tem 52 mil pessoas em condição de rua. É mais do que a população de vários municípios e pode ser vista em todos os cantos da cidade. A pergunta “fazer o quê?” não cabe no drama. Tudo tem que ser feito, tudo tem que ser repensado, mas, antes de tudo, é preciso rever as políticas de saúde e educação. Sem novos paradigmas não tem solução.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.