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Um dia depois do outro

Tem gente que gosta de geleia de morango. Tem quem goste de mel. Tem quem não goste de geleia de morango e tem quem não goste de mel. Cada um sabe de si, mas nada disso tem a ver ou justifica a incompetência da CET.

Da mesma forma, um antigo maitre do restaurante da sede do Guarujá, do Iate Clube de Santos não acreditava que a Apolo 11 tinha descido na lua. Mas isso também não tem nada a ver com a incompetência da CET.

A incompetência da CET é independente, autossuficiente e autoimune. Ela não precisa de nada, nem de ninguém, se alimenta de si mesma, de sua empáfia, grandeza e despensa subterrânea. Da mesma forma que os submarinos nucleares, depois que a ordem de lançamento dos mísseis balísticos é dada, se fecham para o mundo exterior, a CET levando o paradoxo ao limite, está permanentemente fechada ao exterior. Ela se basta e basta! O resto é filantropia, misericórdia, falta do que fazer ou político fora de moda, que não leva vantagem quando pode.

A incompetência da CET é sólida e longeva, atravessa as décadas com a segurança dos relógios atômicos e a precisão dos arqueiros ingleses. Ela sabe que é incompetente, se orgulha disso e aprimora suas técnicas em campos de treinamento escondidos nas grandes crateras que tomam de assalto as ruas da cidade.

A CET nasceu incompetente. Nunca funcionou, nunca melhorou o trânsito paulistano, ao contrário, desde seus primeiros dias, sempre contribuiu para as coisas ficarem constantemente piores… e com sucesso.

Ao longo de sua jornada, a experiência da CET foi sempre negativa, não para ela, mas para os que pagam sua existência, os motoristas, que agora têm certeza de que, a cada dia, menos semáforos funcionarão.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.