Os Ipês estão chegando

Se o mundo gira de um lado para o outro e ninguém sabe muito bem onde as coisas vão parar, tem certos fatos que se repetem como que para dar segurança à vida.

As floradas que enfeitam São Paulo estão entre eles. Elas confirmam a ordem natural das coisas e formam uma cadeia de eventos, todos semelhantes, mas profundamente diferentes, que dão sentido à nossa rotina e certeza diante do tempo.

Pode mais quem chora menos. As árvores não são boazinhas e tentam de todas as formas emplacar a florada definitiva, a que as vai fazer donas do pedaço, campeãs de eficiência e as mais belas entre todas as belezas que correm soltas ao longo do ano, independentemente do que nós achamos ou não achamos.

As paineiras estão dando o máximo para não irem embora, mas não tem o que fazer. Suas flores têm prazo de validade e, por mais que se esforcem, não tem como encompridarem sua temporada. Ela está chegando ao fim.

Agora é a vez dos ipês e isso é muito complicado porque os ipês são muitos e de várias espécies. Tem o ipê roxo, o ipê amarelo, o ipê branco e o ipê rosa. Cada um tem seu tempo e eles são competentes, não misturam bola, cada um entra em cena na sua hora.

Claro que às vezes há superposição e um fica quando o outro está chegando ou um chega quando o outro ainda está florindo. Mas não imagine que para eles isso é ruim, ao contrário, ao ocuparem todos os espaços, eles mal e mal dão chance de outra espécie tentar mostrar sua força ou sua beleza.

A exceção são as azaleias que, pelo número e pelo tipo de arbusto, conseguem emparelhar com os ipês, mesmo eles em plena florada. Mas agora é o momento dos ipês roxos, então eles estão entrando em cena.

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