Dudu Santos

O grande filósofo anglo-saxão, William Scott Pitt, deixou monumental obra em 18 tomos, compostos por 18 livros, com 18 capítulos cada um, na qual ele espelhou o comportamento humano em toda a sua infinita complexidade. No início do livro sobre ética, ele escreveu como primeiro corolário: “Você para mim é problema seu”. E como segundo: “Independentemente de seus argumentos, o problema continua seu”. 

Quem me apresentou ao mestre das brumas foi meu amigo Dudu Santos, profundo conhecedor da obra de Pitt, sobre a qual ele conversava regularmente com seu padrasto, o poeta Paulo Bomfim.

Quantas e quantas vezes discutimos o filósofo em longos almoços no apartamento da Peixoto Gomide. Mas nossas conversas iam muito além da filosofia e resultaram num livro do Dudu com o Paulo e introdução minha, noutro do Dudu comigo e em várias capas de livros, do Paulo e meus, ilustradas pelo Dudu.

Em função da nossa amizade, tenho uma vasta coleção de obras do grande artista paulista da segunda metade do século 20 até os dias de hoje. Dudu é dos pintores consagrados desse período e sua obra se espalha pelo Brasil e pelo exterior, onde fez várias exposições. 

Dudu Santos morreu. Deixou nosso plano para ir se encontrar com Paulo Bomfim na fazenda Himalaia da eternidade. Imagino o encontro dos dois. A conversa colocando em dia os assuntos que não foram comentados nos últimos quatro anos.

Quem ganha com a chegada do Dudu é o horizonte do Paraíso. Com certeza, ele vai se sentar com os grandes artistas de todos os tempos e participar da enorme festa que é a pintura do por do sol em todos os céus e no contraponto da chegada da lua cheia para baixar a bola e falar de amor.

Dudu, meu amigo, você vai fazer falta… 

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