Mágicas, encantamentos e certezas
[Crônica dia 5 de junho de 2014]
Mágica é mágica. A gente acredita ou não, até quando não sabe o truque. Se é que tem truque e não é mágica mesmo, feita por feiticeira transformada em princesa, que, hoje, aparece no mundo na pele de uma modelo deslumbrante.
Mágica é um gol de bicicleta, uma cesta de três pontos, uma cortada indefensável, correr 100 metros em menos de 9 segundos. Mágica é televisão à cores, hambúrguer com queijo e salada. Não ter ressaca na segunda-feira. Acordar tarde e não perder a hora.
Acima da mágica chega o encantamento. Pôr do sol, lua cheia, mulher sorrindo. Criança brincando. Mãos se encontrando, tato, gosto, cheiro bom. Mel e vinho. Encontro. De corpos, de almas.
Cada um é cada um por isso prefere o que prefere. Eu não tenho as repostas. Também não sei direito a pergunta. A vida se abre do jeito dela. Tanto faz a pergunta, a resposta chega como tem que chegar. O máximo que dá é para abaixar e deixar a pedrada passar.
Encantamento é mágica e mais alguma coisa. O que? Depende do momento, da situação, da expectativa ou da falta dela.
De repente o mundo se abre e das entranhas da terra nasce uma vontade louca, uma expectativa, uma sensação nova, irreprimível, avassaladora, mais forte que a luz do sol ao meio-dia, mais intensa que uma noite escura.
Aí vem a certeza imensa e definitiva que a felicidade existe e que ela mora em você. Que ela é parte de você. Que brilha nos seus olhos. Arrepia na sua pele, se eterniza no sorriso e se materializa no seu abraço.
Ah, o seu abraço! Depois dele o mundo pode acabar em barranco para eu me encostar, te abraçar e deixar a vida passar.
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