O caos dos nomes é lá
A Praça Monteiro Lobato fica no Butantã e a Casa do Bandeirante fica na Praça Monteiro Lobato. Ao lado dela, as ruas Stan Getz e Hans Staden conversam calmamente, enquanto suas vizinhas Hilário Magro Junior e Moncorvo Filho ostentam seus nomes pouco comuns nas placas das esquinas.
No meio do bairro, temos a rua Alvarenga, homenagem ao quinto morto no dia 23 de maio de 1932, quando a turma de Getúlio Vargas abriu fogo de metralhadora contra o povo que avançava em direção ao prédio onde estavam entrincheirados.
Por questão de estética e sonoplastia, o Alvarenga ficou de fora. O MMDC é Martins, Miragaia, Drauzio e Camargo, muito mais sonoro do Alvarenga, Martins, Miragaia, Drauzio e Camargo.
Na guerra, propaganda também é a alma do negócio. Depois a história corrige e a rua Alvarenga acaba sendo a mais importante, com a Camargo vindo a seguir, todas no bairro que, apesar de ter a Casa dos Bandeirantes, não tem rua homenageando os antigos sertanistas que forjaram as fronteiras do Brasil. Eles estão na Vila Madalena e em Pinheiros, do outro lado do rio, onde Fernão Dias tinha sua fazenda.
O Butantã abriga a Cidade Universitária, que homenageia os primeiros professores da Universidade de São Paulo, dando seus nomes às ruas e avenidas que cortam a antiga fazenda, comprada no início do século 20 para abrigar o Instituto e seu laboratório para fazer vacinas.
No mais, o trânsito complicado entrava a chegada e a saída do bairro. Mas mais complicado ainda é nos domingos e feriados ou quando tem corrida pelas ruas da cidade.
Nestas ocasiões, a CET se supera e o caos nosso de cada dia fica muito mais pesado.
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