1, 2, 3 problemas
[Crônica de 18 de fevereiro de 2014]
Faz alguns dias 6 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica. Nada de novo debaixo do sol, no Brasil é comum todos os dias muita gente ficar sem energia elétrica. O que variou foi o tamanho do apagão. 6 milhões é muita gente. Normalmente o drama atinge alguns milhares de moradores de um bairro ou coisa assim. Pegar vários estados de uma vez, do norte ao sul do país, é mais raro, mas também acontece. Vamos ter isso claro, acontece.
E vai acontecer de novo, entre outras coisas, pela razão mais lógica e óbvia de todas: o sistema está sobrecarregado e a tendência é ficar cada vez mais vulnerável a problemas. Quem diz isso não sou eu, são os especialistas que falam sobre o tema.
O curioso é que logo depois do apagão o presidente do Operador Nacional do Sistema deu uma entrevista dizendo o oposto. Que o sistema tem capacidade de sobra e não tem nenhuma pressão em cima dele.
Provavelmente ele disse isso porque a pressão em cima dele é maior do que a pressão em cima do sistema.
Como ele ficou com medo de desagradar quem não gosta de ser desagradado, especialmente em ano de eleição, disse o que disse para ficar bem na foto e não comprometer o pão nosso de cada dia.
O resultado foi a explicação mais bem explicada sem explicar nada que tenho ouvido nos últimos tempos.
Segundo a versão oficial, o que aconteceu foi um problema, e depois outro problema, que desencadeou um terceiro problema, todos desconhecidos, que resultou no apagão.
Problemas mixurucas e apagão mixuruca, tanto que durou em média menos de uma hora, o que, segundo a versão oficial, mostra a capacidade do sistema voltar a funcionar. Quem viver verá.
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