Pressione enter para ver os resultados ou esc para cancelar.

Independência ou morte

Hoje o Brasil completa 201 anos de vida independente. No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro I proclamou a independência de Portugal, quando voltava de Santos para São Paulo, às margens do Riacho do Ipiranga.

As datas são as datas. Os movimentos históricos necessitam de marcos. É o caso do 25 de janeiro de 1554 em São Paulo e tantos outros, entre eles o 4 de julho nos Estados Unidos.

É evidente que a independência não aconteceu apenas no dia 7 de setembro. O processo começou muito antes, se consolidou com as posições das Cortes de Lisboa, passou pelo “Fico”, avançou pelas escaramuças entre portugueses e brasileiros, até chegar – e depois passar – a data em que o príncipe gritou “Independência ou Morte”.

De fato, a independência completa de Portugal só aconteceria dois anos depois, quando Maranhão e Piauí entram no Império brasileiro, cortando os últimos laços com a Coroa portuguesa.

Não tanto faz esses episódios não serem conhecidos, nem ensinados nas escolas brasileiras. Mas é assim que as coisas acontecem por aqui. Nem sempre a história é retratada com a fidelidade mínima que se espera. É olhar o que o presidente tenta fazer agora, querendo reescrever um momento triste de nossa história, para se entender o processo.

Se depois da independência a nação continuasse no caminho desenhado por D. Pedro I e José Bonifácio, o Brasil teria tudo para ser um país rico, mais justo, alfabetizada, com saúde e assistência social.

Não somos. E as desigualdades não podem ser escondidas. Mais de 70 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade para fome é apavorante. E as outras mazelas não melhoram o quadro. Mesmo assim, é muito bom ser brasileiro.      

___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.