Uma colisão inusitada
[Crônica de 8 de novembro de 2013]
Numa batida entre um automóvel grande e uma carrocinha feita de canos, puxada por um catador de papel, quem você acha que ganha? O automóvel?
Errou feio, ganha a carrocinha.
Como eu sei? Porque fui vítima de uma colisão causada por culpa do catador de papel e, entre mortos e feridos, onde se salvaram quase todos, meu carro ficou seriamente danificado.
Uma longa linha percorre a lateral do lado do passageiro, começando num belo amassão no para-lama dianteiro, entre o farol e a roda, que se estende em longo e profundo risco, atravessando a porta da frente, a porta de trás e o para-lama traseiro, até o para-choque.
Estrago de gente grande, feito pela quina de canos soldados, no que não chamo de distração minha, uma vez que dirigia lentamente atrás da carrocinha e só tentei a ultrapassagem depois que ela embicou na entrada da garagem, logo depois de uma caçamba carregada.
O catador de papel sabia que eu estava atrás dele e não havia nada que desse a entender que ele fosse manobrar seu pequeno tanque de guerra, feito de canos soldados.
Pelo contrário, a caçamba era um rico botim. A lógica seria ele examiná-la e catar o que valesse a pena, antes de sair de ré, manobrando a carrocinha.
Seja como for, foi bom meu carro ser mole como todos os carros modernos.
Fosse um bom e valente Opala e o resultado poderia ter sido outro, com o catador de papel, que não sofreu nenhum dano, se ferindo seriamente, em função do impacto da carroça com o sólido veículo, feito de material duro e resistente.
Motoristas, daqui para a frente, cuidado: as carrocinhas amassam os carros. E os catadores de papel pedem desculpas, como este pediu.
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