Olhar nos olhos
Eu gosto de gente que olha nos olhos, que não tem medo de encarar o próximo, não como uma agressão ou um desafio, mas como uma coisa natural, que expõe a alma, aproxima e mostra que ele não está disposto a levar vantagem, nem a enganar, nem a ser o mais esperto.
Olhar nos olhos passa confiança, facilita o contato, simplifica a relação, por mais fugaz e sem importância que ela seja. E dá consistência e confiança para o mais longo, o mais constante, seja lá pela razão que for. Amor, negócio ou jogo de futebol.
Olhar nos olhos fala muito da pessoa. O olhar pode ser frio, quente ou indiferente. Pode passar verdade e pode esconder mentiras. Pode abrir horizontes e fechar portas. Pode, enfim, fazer de uma relação, seja qual for, um momento bom ou um momento ruim, tanto faz sua duração.
É como o aperto de mão. Diz a lenda que deve ser firme, não necessariamente forte, mas obrigatoriamente firme. Tem quem leve a regra ao pé da letra e não se arrepende de agir assim. Tem quem não liga e aí seja o que a vida quiser.
Foi por isso que outro dia, quando estava fazendo minha caminhada, fiquei bastante tempo pensando sobre o que ouvi de duas jovens conversando. Uma disse para a outra: “Olhar nos olhos para mim é muita intimidade, então eu prefiro olhar pro lado quando converso com quem eu não conheço”. E sua amiga concordou.
É uma forma nova de colocar algo que para mim era um mantra. É possível não olhar nos olhos do outro por razões diferentes das razões que eu sempre tive certeza de que que eram as boas.
Cada um sabe de si e cada um vale pelo que faz. Não é necessário que as ações sejam as mesmas para os resultados serem semelhantes. Você faz do seu jeito, eu faço do meu e nós dois estamos certos.
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