Pressione enter para ver os resultados ou esc para cancelar.

Em nome da vida

[Crônica de 25 de junho de 2007]

Em que momento cientificamente começa a vida humana? A vida humana é diferente da vida. A vida humana vai além do simples conceito de vida, envolvendo características únicas que fazem cada ser humano um ser único e complexo, diferente dos outros, inclusive dos outros humanos.

Um coração pode estar vivo, mas não é um ser humano. A córnea pode estar viva e não é um ser humano. São partes de um corpo que compõe o ser humano, enquanto está com o sistema nervoso vivo. 

Em que momento cientificamente começa a vida humana? Eu não sei. Ninguém sabe. A única certeza é a incerteza a respeito de um tema candente, que tem defensores nas mais variadas posições, todas embasadas em convicções pessoais.

A ciência no século 20 avançou para patamares inacreditáveis, ultrapassando barreiras naturais e permitindo que casais estéreis se tornassem pais de crianças saudáveis, geradas na chamada fecundação in vitro.

Mas este sistema gera uma consequência indesejável, pelo menos para os pais destas crianças. Os embriões não utilizados, eternamente condenados a não ser nada.

O Supremo Tribunal Federal está frente a uma decisão histórica e que pode colocar o Brasil na linha de frente da luta pela vida. Depende dele a autorização para a utilização dos embriões congelados há mais de 3 anos para a pesquisa das células tronco embrionárias e a possível descoberta para a cura de doenças dramáticas que atacam pessoas, seres humanos vivos e não expectativas de vida humana. Que o STF vote pela vida.

___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.