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As flores das Tipuanas

As tipuanas têm uma florada maravilhosa. São pequenas flores amarelas que contrastam com o tamanho avantajado das árvores. 

A Emília, de Monteiro Lobato, diria que é uma incongruência árvores grandes darem flores pequenas. Foi essa ideia que a levou, na “Reforma da Natureza”, a colocar as abóboras em árvores. Para ela, não fazia sentido uma abóbora ficar no chão. O resultado não foi bom. Por isso ela, inteligentemente, deu macha-ré e as recolocou no lugar que a natureza desde sempre as tinha colocado.

É o contrário das ações de certos grupos políticos nacionais que acham que insistir no erro em algum momento – quem sabe pelo cansaço – vai mudar o resultado. Não muda, não tem jeito, a não ser, de tanto insistir, piorar o que vai mal.

É a diferença entre a Emília e a turma da ideia fixa, os que não evoluem porque não mudam, cometendo um dos piores pecados previstos pela Bíblia, justamente não perceberem que o mundo muda e que mudar faz parte do jogo.

Enfim, é assim e as tipuanas e suas flores não têm nada com isso. Nem querem ter, não é problema delas se quem está no poder está certo ou está errado, nem se os que insistem no erro deveriam mudar de posição.

O negócio das tipuanas é florir na época da sua florada e elas acabam de fazer isso, deixando um resultado extra deslumbrante.

Quem acha que os ipês brancos dão show quando suas flores caem deveriam prestar atenção nas calçadas onde as tipuanas estão plantadas.

Um tapete amarelo recobre os passeios e os tapa quase que completamente, resgatando as bandeiras do ciclo do ouro que partiram de São Paulo para arrancar da terra a riqueza que bancou a revolução industrial inglesa. E mudou a cara do mundo.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.