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Brasil x Venezuela

Se algum dia o Brasil fez bem à Venezuela, esse dia foi a noite em Cuiabá em que a seleção brasileira conseguiu a proeza de empatar com a Venezuela.

Para isso, é preciso competência, vontade e mau futebol, coisa que, aliás, faz décadas que a seleção brasileira mostra para o mundo que tem de sobra. Se um dia fomos o país do futebol, isso aconteceu faz tempo, quando futebol era coisa séria e não negócio para enriquecer alguns. 

Hoje somos o país que exporta jogadores intermediários, nenhum deles entre os dez melhores do mundo. Somos também o país que tem uma seleção que faz feio diante de seleções tidas como medíocres pelos especialistas no esporte.

Há quanto tempo não jogamos contra as grandes seleções do mundo? As grandes seleções europeias? Até jogamos em estádios importantes, mas contra times sem nenhuma tradição, sem nenhuma importância. 

O futebol da seleção brasileira minguou. Quando ganhamos da Bolívia, a comemoração foi como se tivéssemos ganhado o campeonato mundial. Quando empatamos com a Venezuela, ficou feio. Empatar com a Venezuela não é para qualquer um. Tem que jogar muito mal ou fazer o que o Brasil fez: além de jogar mal, achar que dava para dar show sem ter jogador para isso, até contra a Venezuela. Que ainda por cima meteu um golaço na rede nacional, desmontando o mito da defesa, depois de acabar com o mito do ataque.

Pra quem viu jogar Pelé, Garrincha, Djalma Santos, Zagalo, Mauro Ramos, Zito, Gerson, Rivelino, Tostão, Jairzinho, Zico, Romário, Ronaldo Fenômeno e tantos outros craques extraordinários, fica difícil ver o time atual e não ficar triste. Futebol é coisa séria. Faz tempo que a seleção é apenas uma caricatura. O Uruguai confirmou isso.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.