Cadê eles?
[Crônica de 22 de novembro de 2001]
O Brasil é o país em que os quinze minutos de fama quando muito duram sete, para serem completamente esquecidos, dez dias depois.
É só olhar a quantidade de gente que um dia foi famosa e que hoje só com esforço nos lembramos que ao menos existiu. São dezenas, para não falar em centenas, de pessoas que vieram, viram e passaram, sem deixar mais do que um rombo a mais nas contas públicas ou no bolso dos cidadãos.
O que se faz em nome do bem comum, neste país é brincadeira. A quantidade de gente que ficou rica pensando nos miseráveis chega a ser tão acachapante quanto o número de miseráveis não se modificar, com um terço da população nacional abaixo da linha de miséria definida pela ONU.
E a maioria vem, mete a mão e some, esquecida em poucos anos, com direito a viver bem dali para a frente, gastando o dinheiro do próximo que deveria ser usado para auxiliar o próximo, mas, que, por estar tão próximo, acabou no bolso do alheio.
E se a coisa é assim com o próximo que hoje está distante, imagine o que acontece com os simples mortais, mesmo depois de ficarem famosos.
São completamente esquecidos. Esquecidos de dia e de noite, ainda que tendo desempenhado um papel importante num determinado momento da vida.
Quem é que se lembra do ET de Varginha? Não reconhecer a importância do ET de Varginha é diminuir o Brasil dentro das nações desenvolvidas do mundo.
E, no entanto, quem é que se lembra do ET de Varginha? Há quanto tempo não temos notícias do alienígena que aterrorizou a região e colocou o país no mapa dos ufólogos do planeta? Pois é, se até ele foi esquecido, imagine o resto…
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