Os pernilongos voltaram

[Crônica de 14 de novembro de 2013]

Os pernilongos voltaram. Ninguém sabe muito bem o que está por trás da volta. Se é apenas um fenômeno natural, decorrente da falta de pulverização pela Prefeitura ou se tem mais coisa por trás.

As dúvidas, todas elas, são razoáveis. No passado, os pernilongos fizeram algumas parcerias terríveis, com fins diabólicos, como auxiliar o imperador dos jacarés a comer o prefeito.

Na época inclusive se chegou a aventar a possibilidade deles terem importado máscara contra gás da Coreia do Norte. Pouco depois, com a chegada de outro prefeito, falaram que havia um acordo entre os pernilongos, os fabricantes de inseticida e a própria prefeitura para fingir que o remédio funcionava, mas todos sabendo que não era para valer. Assim os pernilongos não morriam, os fabricantes vendiam mais inseticida e a prefeitura aparecia bem na foto, com seus funcionários jogando inseticida em cima dos pernilongos.

Se hoje tem ou não tem alguma coisa por trás, ainda é cedo para dizer.

Mas, em época de internet e redes sociais, é fácil imaginar a quantidade de ideias mirabolantes que podem surgir do dia para a noite, deixando, ou não, a prefeitura numa tremenda saia justa. 

Já ouvi que os pernilongos estão tentando a aproximação com os vândalos que vão quebrando São Paulo e que ninguém me convence que não estão a serviço de alguém. Quem? As hipóteses são vastas.

Tem também quem diga que eles vieram para apoiar os corredores de ônibus, que haveria até o compromisso deles não picarem as pessoas dentro dos ônibus em troca de não serem fumegados com inseticida bom.

Como eu disse, ainda é cedo para entender as razões. Por enquanto, a única certeza é que os pernilongos chegaram.
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