Meu sucessor me fará grande

Antigo dito da época colonial reza: “Meu sucessor me fará grande!”

Nada de novo debaixo do sol. Quando perguntaram para Napoleão se ele não tinha medo da sua sucessão, ele respondeu: “Esperem para ver quem virá depois de mim”.

Pode ser lenda, mas não é tão lenda assim. Normalmente, quem vem depois é pior do que quem saiu e isso faz o ditado colonial ser verdade. “Meu sucessor me fará grande!”

Agora mesmo acabamos de ter uma amostra real da verdade embutida na frase. Quem, em algum momento de insanidade mental, poderia imaginar que teríamos saudades da antiga Eletropaulo?

Primeiro como Eletropaulo e depois como AES Eletropaulo, a empresa era um desastre tão grande que chegou a levantar suspeitas sobre seus diretores estarem investindo numa fábrica de velas para iluminar as noites constantemente escuras, em função dos apagões regulares que interrompiam o fornecimento de energia elétrica, condenando os moradores de São Paulo a perderem o capítulo da novela ou o jornal local.

Não tinha quem não tivesse certeza que, pior do que a Eletropaulo, só a CET, a campeã absoluta no ranking das mais incompetentes entre as incompetentes, pelo menos até há bem pouco tempo, até a chegada da sucessora da Eletropaulo.

A empresa entrou em cena em grande estilo. Com ela, não é preciso chover, nem mesmo garoar. É o céu escurecer para acabar a energia nas mais variadas regiões da cidade, escolhidas aleatoriamente, dependendo da má qualidade do serviço realizado no pedaço.

Hoje aqui, amanhã lá, depois de amanhã ninguém sabe onde, até cobrir praticamente a cidade inteira. E deixar a população dias no escuro, sempre com uma desculpa nova para justificar o injustificável.

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