O novo panetone
[Crônica de 25 de novembro de 2002]
Durante centenas de anos os panetones foram panetones, com cara de panetone e gosto de panetone, sem bem que nem todos tenham o mesmo gosto, daí uma marca fazer mais sucesso do que outra.
Como sempre, na medida que é um bolo de Natal, o panetone estoura nas lojas a partir do final de novembro, para explodir em dezembro, fazendo a festa das poucas marcas que o produzem industrialmente e das muitas pessoas que fabricam artesanalmente, dando uma turbinada na grana para o fim de ano.
Só que este ano o panetone vem mais incrementado, com mais opções, para atender gregos e troianos, num mercado que cresce, mas que precisava se modernizar.
Ao contrário dos adeptos do tombamento do acarajé, os fabricantes de panetone sintonizados com as mais modernas tendências de produção e marketing do mundo, onde o feito sob medida ganha espaço, mesmo sendo feito em série, levando em conta tendências macro, decidiram inovar.
O resultado é o panetone light ou a consolidação do chocotone, além de outras diferenças que farão a diferença na hora do consumidor procurar o panetone dos seus sonhos.
Qual a importância da receita tradicional dizer isso ou aquilo, se quem vai comer prefere que seja assim ou assado?
O que vale é o mercado e se o mercado quer o produto com outra cara, o fabricante e o lojista precisam estar atentos porque duro, hoje, é perder venda.
Mais vale um panetone moderno vendido do que manter a tradição e vender menos. Se há público para panetone light, ele tem que ser atendido. Afinal, o que seria do homem moderno se o jeito de fazer fogo ainda fosse batendo pedrinhas
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.