Ancelloti não vem, viva Dorival Junior

Durante meses, a discussão foi quando o técnico do Real Madri, o italiano Ancelotti, chegaria para assumir a seleção brasileira de futebol e nos reconduzir à antiga trilha de vitórias que, por décadas, colocaram nossa seleção no galho mais alto da árvore que abriga o futebol internacional.

Chega, agora? Não, chega mais tarde porque agora tem que treinar os espanhóis. Chega de bermuda, vara de pesca e samburá. Chega de carrinho de rolimã. Enfim, chega e salva a pátria, pelo menos nos comunicados da CBF, que, por meses e meses, desde a derrota humilhante na última copa do Mundo, tenta tapar o sol com uma rede de pesca de malha larga que não engana ninguém.

O futebol brasileiro foi. Hoje, não é mais e tem pouca perspectiva que indique que no futuro próximo o quadro possa mudar. Seguimos exportando craques, temos jogadores muito bons, mas parte deles, desde o começo da carreira, só quer grana e festa, muito mais do que jogar futebol.

De outro lado, somos os inventores do futebol para trás, numa clara demonstração de nossa capacidade de inverter a ordem das coisas, mas que, como pode ser visto no desempenho da seleção e no que aconteceu no Mundial de Clubes, não tem como dar certo.

A premissa básica do futebol é marcar gol no adversário. Como para isso é preciso atacar, não tem como o futebol para trás ganhar jogo.

O Ancelotti vinha para colocar ordem na casa, resgatar o gênio, o caráter e a personalidade do futebol brasileiro para, na próxima Copa do Mundo, as coisas voltarem a ser como já foram.

Durante esse tempo todo, o Ancelotti nunca disse que viria. Agora, disse que sua prioridade sempre foi o Real Madri e por isso não vem. A alternativa é Dorival Junior, que deu jeito no São Paulo. Ele tem muito trabalho pela frente, mas se deixarem trabalhar, pode dar certo.

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