Como este verão, não

Eu já senti calor de todos os jeitos por este Brasil a fora. Meus amigos e companheiros de Projeto Rondon, Cláudio Pimentel e Aloísio Medeiros, que o digam. O que passamos em Marabá foi de assustar alma penada com prática de inferno. Quarenta graus célsius era normal e as noites na beira do Araguaia, mais do que poéticas, eram escaldantes, o que dificultava dormir, fosse lá a hora que fosse.

Quem conhece Cuiabá sabe o significado da palavra calor. Cuiabá é quente até em sala com ar-condicionado ligado. Andar na rua às duas da tarde é purgar os pecados e garantir o direito de entrar no Paraíso sem precisar vestibular ou atestado do padre.

Mas pra quem acha que não, São Paulo não fica atrás. Já peguei calor de assustar assombração em Ribeiro Preto e vocês não fazem ideia do que é fazer palestra de paletó e gravata em Birigui. Da saída do aeroporto de Araçatuba até o carro já dá pra suar e descer do carro e entrar no lugar da palestra também. É jogo duro! Graças a Deus, a gravata é item em extinção! Então, sem ela, o calor fica mais tolerável.

Quem disser que em São José do Rio Preto não faz calor ou é mentiroso ou nunca foi pra lá. E Bebedouro não fica atrás.

Minas Gerais também entra no páreo. Uberaba, num dia quente, não deve nada para ninguém. Faz calor para o diabo pedir sorvete.

E por aí nós vamos, numa longa lista no país e no exterior, onde o calor mostrou para que veio e que era conversa de onça brava.

Só que este verão, São Paulo está um degrau acima. Tem feito calor igual ao lugar mais quente que eu já estive. E se tem feito este calor aqui, imagino como está nos lugares que eu citei acima, que sempre foram mais quentes e nunca tiveram vergonha de mostrar a cara. Entre chuvas e tempestades, Deus tenha piedade do espírito, porque o corpo já foi…

___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.