Carnaval
[Crônica de 4 de março de 2014]
Muito antes do mundo ser mundo, quer dizer, antes do ser humano começar a escrever sua história, já era prática temer os deuses e festejar as conquistas.
Algumas esporádicas, outras perenes, especialmente depois do começo da agricultura e da dependência do tempo para garantir a comida de cada dia.
Na sua longa evolução, depois do fogo, da roda e do arado, o ser humano descobriu que festejar era bom. E que algumas festas eram melhores do que as outras.
Se havia necessidade de jejuns, abstinências, pagamento de pecados e até sacrifícios humanos, havia também as festas alegres, os bacanais, as comemorações das boas safras.
Solstícios e equinócios ocuparam seus espaços. A ciência e o conhecimento vieram auxiliar a divisão do ano. E os séculos passaram e as festas evoluíram e o carnaval chegou.
Festa que é festa é o carnaval. Essencialmente um rito pagão, a igreja cristã o incorporou como válvula de escape para o rigor da quaresma que vem logo depois.
O carnaval solta as amarras, abre as comportas, permite que cada um seja, ou não, o que realmente ele é.
Máscaras, fantasias, liberdade e libertinagem, com roupa e sem roupa, tomaram conta de parte do mundo. E o Brasil ficou famoso.
Carnaval que é carnaval é aqui. Viva nós, viva tudo, viva o Chico barrigudo!
E você sai pra festa. Fantasiado de Ali Babá, pronto pra correr dos 40 ladrões.
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