2024 vai ser complicado
2024 começou complicado. As incertezas cercam os horizontes, as indefinições assustam o ser humano e duas guerras abrem as portas do inferno para milhares de pessoas diretamente atingidas por elas.
Mas não são apenas duas guerras que apavoram a humanidade. Os desafios se estendem na violência que come solta em todos os países, até os ditos mais civilizados. Ódios atávicos alimentam ações e reações, que ameaçam a vida em todos os lugares, ricos e pobres.
Nunca se produziu tanto alimento e, no entanto, parte da humanidade passa fome, enquanto outra parte destrói parte de sua produção agrícola para manter o preço, tanto faz se tem gente passando fome.
Solidariedade e compaixão são palavras fora do vocabulário dos líderes que comandam o show. Energia limpa, fim da poluição… o sonho acabou quando a Rússia cortou o fornecimento de gás para a Europa. Até usinas a carvão mineral foram reativadas para garantir um inverno quente e a boa vontade dos cidadãos das nações ditas solidárias.
Economia de mercado, competição, que vença o melhor e o que tiver menor preço. É ver o movimento dos agricultores na França para se ter certeza da enorme balela. A regra vale para você comprar meus produtos, mas não vale para nós comprarmos os seus.
Tem quem diga que sim e quem diga que não. O mundo espera as eleições nos Estados Unidos. Antes delas, qualquer prognóstico é chute. Todas as possibilidades estão abertas, as melhores e as piores. Só não espere que alguém vai estar ao seu lado. Como dizia Degaulle, países não têm amigos, têm interesses. O resto é conversa para boi dormir.
Mas não é só lá fora que está feio. Aqui dentro está complicado, com o Estado perdendo a guerra para o crime e a sociedade sendo desmantelada pelo fim da moral, indispensável para manter uma nação.
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