São Paulo é um mundo

A pequena vila no alto do Planalto, fundada originalmente para proteger a retaguarda de São Vicente de um ataque espanhol, vindo pelo caminho do Peabiru, durante praticamente 300 anos, não mudou muito. Permaneceu pequena e pobre, enquanto seus homens demandavam o sertão, em expedições equipadas em São Paulo, ou à serviço da Coroa Portuguesa, convocados como soldados para defenderem o território em locais tão trágicos como o Presídio do Iguatemi. 

Em 1860, São Paulo tinha 20 mil habitantes; em 1920, 800 mil. Esse salto impressionante, viabilizado pela riqueza do café e pelo gênio empreendedor do paulista, que abriu o Estado para a imigração, criou um dos maiores aglomerados urbanos do mundo, ocupando uma área imensa, que não para de crescer e se fundir com cidades vizinhas. 

Se a região Metropolitana incialmente foi composta por 37 municípios, hoje já se aproxima de Jundiaí, São José dos Campos, Itu e Sorocaba. Fruto de um movimento inexorável, a malha urbana não para de crescer e abriga mais de 23 milhões de pessoas, das quais mais de 11 milhões apenas no município de São Paulo. 

Paradoxalmente, São Paulo tem florestas originais preservadas, que abrigam onças, jaguatiricas, macucos e centenas de animais nativos da Mata Atlântica. Tem aldeias indígenas, favelas, bairros riquíssimos, bairros de classe média, áreas deterioradas, áreas com problemas de enchentes, deslizamentos de terra, ocupação clandestina, centros financeiros, centros culturais, museus, teatros e uma gastronomia fabulosa, espalhada pela sua imensa e caótica área.

Governar o caos é tarefa complexa. Exige profissionalismo, competência, talento e entrega. Dar condições dignas de vida para milhões de pessoas não é fácil. Pense nisto! Este ano temos eleições.

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