Quando até a Venezuela tripudia
O mundo vai mal faz tempo. Nada de novo debaixo do sol, pelo menos desde que Helena fugiu com Páris e Menelau reuniu sua turma de gregos para trazer de volta a mulher que o abandonou.
Interessante notar que o casal mais feliz, no fim da história, é justamente Helena e Menelau, que, depois de 10 anos de guerra e ela nos braços do outro, se reconciliam, retornam a Esparta e têm uma velhice tranquila.
Daí pra frente, a coisa sempre foi complicada. Tanto faz a época ou o enfoque. Em alguns momentos, pegou menos; em outros, pegou mais: aí estão, para não sair da Europa, a Guerra dos Cem Anos, a dos Trinta Anos, as campanhas de Napoleão, a Guerra Franco-Prussiana, a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial. Isso passando de leve, porque o continente e os povos que moram lá são civilizados, detestam guerras, mas queimam, decapitam e estrangulam os inimigos com a sem cerimônia de quem sabe que Deus está ao seu lado.
Então, o mundo estar como está não tem nada de novo. Quando falam na nova Guerra Fria é porque já teve outra Guerra Fria antes. Até os atores são mais ou menos os mesmos, só mudou a posição no palco.
O impressionante é o Brasil querer dar palpite em briga de cachorro grande. Ter a pretensão de ser levado a sério por quem tem mais coisa que fazer do que ouvir nosso presidente emitir suas opiniões sobre o que vai pelo mundo.
Não dá para levar a sério e, se faltava alguma coisa para deixar isso claro como o dia, a Venezuela acaba de fazer o favor de mostrá-lo. O grande amigo, o ditador/democrata, Nicolas Maduro, deu um coice de mula no peito do amigo e, sem maiores delongas, mostrou que leva Lula tão a sério quanto a oposição ao seu governo. Eita! O Brasil podia dormir sem essa…
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