O Joca morreu
Tem temas que é melhor deixar passar o tempo, antes de entrar neles. É o caso desta crônica. Faz algum tempo, aconteceu um fato muito triste em consequência de uma empresa aérea cometer um erro com consequências desastrosas.
O Joca morreu. O Joca era um golden, pelas fotos, simpaticíssimo, cachorro de estimação e companheiro de pandemia do seu tutor. Confesso que me sinto mais à vontade dizendo dono, mas, vamos lá, tutor.
Ele deveria seguir viagem para Sinop, mas acabou em Fortaleza. Se o erro tivesse sido só esse, já seria indesculpável. O mínimo que se espera de uma companhia aérea que se propõe a transportar animais vivos é o cuidado de despachá-los para o local certo. Não foi isso que aconteceu e os resultados acabaram sendo trágicos.
Ninguém que tratou do Joca atentou para o fato dele viajar três horas e meia entre São Paulo e Fortaleza, no porão do avião, preso dentro de uma caixa apertada, sem qualquer conforto ou possibilidade ao menos de se mexer um pouco.
Não. Ele chegou em Fortaleza, sei lá quanto tempo depois, descobriram o erro e mais quanto tempo ele esperou até ser mandado de volta para São Paulo, em outro voo de três horas e meia, o tempo todo preso dentro da caixa de transporte.
O que ficou claro é que não tiveram o menor interesse com a saúde do animal. Nenhum funcionário da companhia pensou em tirá-lo da caixa e permitir que ele caminhasse e fizesse suas necessidades.
O Joca ficou preso o tempo todo, por mais de oito horas, a maior parte delas dentro do porão de duas aeronaves. Acidentes como esse não podem acontecer. O mínimo que se espera é que a companhia tenha um pouco de cuidado com o passageiro. Afinal, ele também paga passagem e é cara.
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