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Dengue

Não existem duas dengues iguais, mas apenas semelhantes. A doença tem uma enorme capacidade de improvisação. Assim, tem gente que mal sente e gente que passa muito mal, com as mais variadas possibilidades entre os dois extremos.

De qualquer jeito, na média, a dengue é uma doença cruel, que maltrata suas vítimas, derrubando a resistência, impondo seu ritmo desagradável por algo próximo a uma semana. Claro, tem os casos mais curtos e os mais longos, mas, na média, pode-se falar em sete dias entre o começo e o fim da visita.

O ponto em comum mais relevante é que não existe dengue gostosa. Não há suavidade na doença. Ela pega, mesmo nos casos mais leves, e é extremamente desagradável. O paciente passa mal. Se tiver sorte, fica nisso; se não tiver, pode acabar hospitalizado, tendo que ser entubado e ficar dias na UTI.

O Brasil atravessa uma epidemia brava, com mais de 4 milhões de brasileiros atingidos por ela. O número de mortes também tem subido e, graças a Deus, a dengue não tem a mortalidade da covid. Se tivesse, estaríamos diante de um quadro tão sério quanto a pandemia de coronavírus.  

Eu tive o privilégio de contrair dengue. Passei pouco mais de uma semana sob o comando da doença e posso garantir: não foi agradável. Na primeira noite, senti uma dor intensa, espalhada pelo corpo todo, atacando ao mesmo tempo, dos pés à cabeça. No segundo dia, fiquei prostrado, semi-inconsciente, suando e passando mal. Depois, a doença decidiu não me maltratar muito e passei os dias seguintes fraco, com febre baixa e um mal-estar parecido com enjoo de barco. Entre secos e molhados, tive uma dengue amiga. Vendo em volta, meu caso foi leve.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.