Dengue
Não existem duas dengues iguais, mas apenas semelhantes. A doença tem uma enorme capacidade de improvisação. Assim, tem gente que mal sente e gente que passa muito mal, com as mais variadas possibilidades entre os dois extremos.
De qualquer jeito, na média, a dengue é uma doença cruel, que maltrata suas vítimas, derrubando a resistência, impondo seu ritmo desagradável por algo próximo a uma semana. Claro, tem os casos mais curtos e os mais longos, mas, na média, pode-se falar em sete dias entre o começo e o fim da visita.
O ponto em comum mais relevante é que não existe dengue gostosa. Não há suavidade na doença. Ela pega, mesmo nos casos mais leves, e é extremamente desagradável. O paciente passa mal. Se tiver sorte, fica nisso; se não tiver, pode acabar hospitalizado, tendo que ser entubado e ficar dias na UTI.
O Brasil atravessa uma epidemia brava, com mais de 4 milhões de brasileiros atingidos por ela. O número de mortes também tem subido e, graças a Deus, a dengue não tem a mortalidade da covid. Se tivesse, estaríamos diante de um quadro tão sério quanto a pandemia de coronavírus.
Eu tive o privilégio de contrair dengue. Passei pouco mais de uma semana sob o comando da doença e posso garantir: não foi agradável. Na primeira noite, senti uma dor intensa, espalhada pelo corpo todo, atacando ao mesmo tempo, dos pés à cabeça. No segundo dia, fiquei prostrado, semi-inconsciente, suando e passando mal. Depois, a doença decidiu não me maltratar muito e passei os dias seguintes fraco, com febre baixa e um mal-estar parecido com enjoo de barco. Entre secos e molhados, tive uma dengue amiga. Vendo em volta, meu caso foi leve.
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