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Que vergonha do nosso futebol

em entrar no mérito de qual time, a verdade é que o futebol brasileiro não é sequer um reflexo do que ele já foi. Ao contrário, é um dos melhores exemplos do que fizeram com a nação. Não empolga, não dá prazer assistir, dá raiva ver a forma como o jogo é lento, truncado, jogado para trás e um verdadeiro teatro, com atores de todos os níveis se jogando no chão, depois de cambalhotas maravilhosas, em jogadas nas quais não foram tocados.

Mas duro mesmo é ver um jogo entre dois times europeus. Não precisa nem ser a final da Liga dos Campeões. Não, um jogo da segunda divisão de qualquer campeonato é uma aula de futebol, perto do que vemos por aqui.

Quando o jogo é de time grande, só piora. A vergonha aumenta. Não é raro uma partida ter no total menos de 15 faltas, a maioria cobrada rapidamente, sem cera, sem jogador ficar caído, sem tentativa de enganar o juiz.

Mas o realmente cruel na história é que todos os grandes times europeus têm jogadores brasileiros e eles lá são completamente diferentes dos nossos craques em terras tupiniquins.

Lá eles jogam de verdade, não fazem cera, não fingem contusões inexistentes, são disciplinados e jogam em favor do todo. O resultado é que, enquanto um grande jogo brasileiro dá sono e vergonha, um jogo normal na Europa anima, mexe com os brios, faz torcer.

Quem sabe seja por isso que as crianças brasileiras, especialmente os meninos que jogam futebol, têm um time nacional do coração, mas, de verdade, querem o uniforme dos grandes times da Liga dos Campeões. Os grandes nomes que fazem a diferença, que explica para eles por que o futebol, ao contrário do que vemos aqui, é o esporte mais apaixonante que existe.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.