Não à privatização das praias
De repente você descobre que querem privatizar as praias brasileiras e que o assunto, com jeito de quem não quer nada, já passou na Câmara dos Deputados e agora está no Senado, de onde pode sair o tiro de misericórdia ou a redenção. O assunto não pode morrer.
As praias brasileiras sempre foram públicas e todos têm o direito de entrar nelas, desde que através de área pública. Não há nada de errado e tem servido como instrumento de democratização do espaço nacional, permitindo que milhões de brasileiros usufruam destas áreas.
Grande parte deste espaço é administrado pelos municípios, mas tem também as áreas administradas diretamente pela Marinha e é aí que mora o perigo. Estão querendo privatizá-las, transferindo-as para a iniciativa privada para serem exploradas economicamente em empreendimentos os mais variados, mas boa parte financiada pelos cassinos e casas de jogos, que pretendem transformar o litoral numa imensa área a serviço de seus negócios, pouco se lixando com a sorte de milhões de pessoas que usam as praias e menos ainda com o meio ambiente e as consequências de sua deterioração no futuro.
Para eles, o negócio é aqui e agora. “Quero o meu o mais rapidamente possível e que se dane o mundo. O mundo não é problema meu.” Será que não? O Rio Grande do Sul é um bom exemplo do que pode acontecer.
O mar está subindo de nível em várias partes do mundo e o Brasil não é exceção. Recomendo acessar o site “Mar Sem fim”, de João Lara Mesquita, para ver o tamanho do estrago e entender como pode piorar.
Não podemos permitir que este projeto passe. Não tem cabimento, por todas as razões e mais algumas, permitir que nosso litoral seja destruído em nome do lucro de quem quer que seja. Pense nisso! A vida do seu neto pode estar em risco.
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