Dia da mulher
[Crônica de 10 de março de 2014]
Se tem o dia da criança, do índio, da sogra, da amante, por que não haveria o dia da mulher? Uma resposta é que já tem o dia da mãe. Aí caberia dizer que nem toda mulher é mãe. Da mesma forma que nem todo homem é pai. E ninguém criou o dia do homem. Coisas do comércio, das relações humanas, de sermos como somos, ou não sermos o que não somos.
Tudo bem, dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. É um preconceito terrível. Segregação. Diminuição do calendário, desprezo pela realidade. Falta de visão estratégica e o mais aplicável a uma visão míope, em época em que é feio dizer que a visão é míope.
Politicamente incorreto. A verdade é essa. O dia 8 de março separado na folhinha como Dia Internacional da Mulher é politicamente incorreto. Não é verdade que a mulher necessite um dia em sua homenagem para se afirmar. A sua existência se encarrega disso. A mulher é o mundo. E o depois do mundo. É tão completamente que é nela que se escondem o segredo da vida, os mistérios da vida e o espanto que move o mundo.
A mulher é o milagre. A perfeição, a forma e o conteúdo completos, o desenho perfeito, a fórmula que deu certo. Ela não precisa de um dia especial para comemorar sua existência. Ela não precisa uma data para piques, para lembrança de que ela existe. Todo dia é dia da mulher. Cada momento é momento da mulher. Cada sopro de vida passa pelos pulmões da mulher.
Ela é dia, é noite, é madrugada, lua cheia e sol do meio-dia. É sombra e luz e gera sombra e luz. A mulher é a dona do mundo. Cabe a ela, só a ela, dar sentido ao balé da vida.
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