A COP 30 sob ameaça
A COP 30 está chegando. O segundo semestre está logo aí na nossa frente e vai chegar mais rápido do que pensam. A pergunta incômoda, mas que não quer calar é se nós vamos dar conta dela. Se Belém do Pará tem condições concretas de sediar um evento dessa magnitude com competência e eficiência, colocando a bandeira brasileira no alto do mastro das nações que se preocupam com as mudanças climáticas e com o que vem pela frente nos próximos anos.
Que a cidade não tem capacidade para hospedar todas as pessoas que virão para participar do congresso ninguém tem dúvida. Belém não tem rede hoteleira para isso e não fez muita coisa para mudar o quadro. Ao contrário, a única providência até agora foi aumentar absurdamente o preço da hospedagem, cobrando, sem qualquer vergonha, alguns milhões de reais de uma delegação que pretende prestigiar o evento.
Outra solução seria as pessoas se hospedarem em navios, que ficariam ancorados próximos da cidade, só que este “próximo” pode ser mais de 20 quilômetros, o que não é pouca coisa, levando em conta a qualidade do transporte entre o navio e o porto.
Entre secos e molhados, a coisa vai ficando mais complicada a cada dia que passa. Os prazos estão estourando e o melhor que foi oferecido foi os participantes da COP 30 se hospedarem em casas particulares.
Para completar, o Governo Lula, que disse faria e aconteceria e que tudo de ruim em matéria ambiental era culpa do governo anterior, até agora não apresentou indicadores muito melhores. Ao contrário, a situação segue precária e a COP 30 deve acontecer na estação seca e no auge das queimadas.
Longe de mim remar contra e querer que dê errado, mas, do jeito que vai, está difícil ser otimista. Um evento desses não é para amadores.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.