Tem quem achava que não aconteceria
Pelo andar da carruagem ao longo dos últimos duzentos anos, muita gente jurava que jamais aconteceria, que os Estados Unidos jamais seriam uma república de banana da pior qualidade, algo comparável ao que eles fizeram de pior, principalmente na América Central.
Pois é, o bipartidarismo deles deu no que estamos vendo, enquanto nossa salada mista de partidos políticos vai segurando a peteca e impedindo ataques mais sérios à democracia.
Somos melhores do que eles? Não, ninguém é melhor ou pior quando a conta é feita em cima de nações, de povos, de seres humanos. Antes de tudo, somos diferentes e isso faz os fatos serem diferentes aqui e lá.
Mas que está complicado está e que ninguém imagina que vai aliviar no curto prazo também é verdade. Não tem como. Quando um país tem dez porta-aviões nucleares e as empresas mais valiosas do mundo, além de controlar o dólar, fica difícil imaginar que alguém vai fazer alguma coisa consistente contra.
Não tem como e a Europa não faz mais do que ficar ridícula na foto, tentando berrar feito gigante quando não passa de satélite dos Estados Unidos. O duro é que, se eles são satélites, nós não passamos de drones. E aí fica muito feio… ou não, porque nossa insignificância faz eles olharem para o outro lado. Nessas horas, nada como ser latino-americano.
A bagunça instalada no mundo não tem data para acabar e deve ficar muito pior, antes de começar a melhorar. O que o presidente norte-americano está fazendo é novo e ninguém nunca imaginou que poderia acontecer. Aliás, ninguém nunca imaginou que as forças e contraforças da constituição americana seriam tão facilmente deixadas de lado pela assinatura de decretos que, em tese, não teriam poder para isso.
Fizeram e fazem. Agora é ver onde o barco vai atracar.
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