Renato Tavares
Faz pouco a morte de um amigo querido me pegou de frente. O Renatinho, Renato Tavares, no completo, Francisco Renato Linhares Tavares, entrou na eternidade no começo de maio e eu só fiquei sabendo a semana passada, quando recebi um whatsapp da família, informando da sua morte.
O Renato e eu, tínhamos um ritual que se prolongou por vários anos. Uma vez por mês, numa segunda feira, almoçávamos no Restaurante Piselli, da Rua Padre João Manuel. Os pratos eram os mesmos, para ele meia porção de ravioli ou outra massa em forma de pastelzinho e para mim um macarrão a carbonara. Com chuva ou com sol, era o que comíamos, tanto faziam as outras opções a nossa disposição.
Era uma celebração a vida. Um almoço gostoso, com papo gostoso, comida gostosa e bebida boa, onde além da atualidade nem sempre otimista da vida moderna, lembrávamos e falávamos de gente de todos os tipos, desde amigos antigos, até conhecidos que por uma razão ou outra entravam na ordem das conversas.
Uma das qualidades do Renato era que ele não falava mal das pessoas, apesar de conhecer histórias pesadas sobre alguns dos eleitos nas nossas conversas. Amigos antigos, além de lembrar de gente, falávamos de lugares e de nossa juventude. Uma vez o Renato me deu uma fotografia antiga, da praia do Guarujá, na qual além de vários amigos comuns, estão ele e minha irmã Leninha.
A morte do Renato me pegou pesado. Fazia algum tempo que pensava nele e nos nossos almoços que este ano não estavam acontecendo. Tínhamos que retomar o velho hábito – ligo amanhã – mas um dia antes de ligar para ele recebi a notícia da sua morte. Descanse em paz meu querido amigo que a eternidade te seja leve.
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