Entre as 20, 14 são paulistas
Entre as 20 cidades com melhor qualidade de vida no Brasil, 14 estão no Estado de São Paulo. E só 3 são capitais. O ranking tem na cabeça, pelo segundo ano consecutivo, a pequena e pacata Gavião Peixoto, no interior paulista, sede de uma planta da Embraer, o que mostra que a soma de emprego qualificado, investimentos em infraestrutura e responsabilidade com a cidade gera qualidade de vida e bem-estar social.
Entre nomes como Itupeva e Araraquara, aparece em vigésimo lugar minha querida Louveira, palco de boa parte da minha infância e juventude, com seus loteamentos e principalmente, seu centro de distribuição e logística, o grande responsável pelo progresso da cidade que há 60 anos tinha a maioria das suas ruas sem pavimentação.
É interessante ler a explicação dada para a preponderância de São Paulo no topo do ranking e o porquê das cidades da região Norte estarem entre as piores. São Paulo tem forte interação entre suas cidades e as maiores dão suporte as menores, todas se valendo da eficiente rede de serviços públicos, como estradas, escolas e atendimento social e médico-hospitalar. Enquanto em São Paulo a riqueza gera mais riqueza, em outros lugares isso não acontece. Ao contrário, a riqueza segue concentrada, sem servir a população.
Esse processo não é novo e ocupa lugar de destaque nas razões que levaram os paulistas desencadearem a Revolução de 1932. À época São Paulo já tinha uma forte classe média e o processo de industrialização oferecia possibilidades importantes para a melhoria da qualidade de vida de grande parte da população. Valia a pena pegar em armas para lutar contra a tentativa de retrocesso representada por Getúlio Vargas e seus pares.
Com a USP o processo ganhou mais velocidade e isso faz a diferença. Não teria como cidades paulistas não estarem no topo deste ranking.
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