Árvores fazem a diferença
Tem gente que gosta, tem quem não gosta das árvores. Diria que a maioria está no meio e na maior parte do tempo é indiferente a elas. Mas tem horas que as árvores são lembradas. Em São Paulo isso acontece com frequência quando elas caem, seja pela razão que for.
As árvores caem. Caem porque envelhecem, ficam doentes, são asfixiadas pelo cimento em volta de seu tronco, pela falta de manutenção. Caem principalmente nesta época do ano, quando as tempestades e ventanias fazem sua parte, entram de sola levando o que encontram pela frente.
Invariavelmente, tem uma árvore grande no caminho, com pouco trato, caule tomado por cupins e raízes transformadas em enormes formigueiros, que não têm outra coisa a fazer, senão cair quando a tempestade bate no seu tronco e passa pelas folhas.
É ditado antigo que nas grandes tempestades, as grandes árvores com seus troncos rijos e suas folhas espalhadas pelos galhos são muito mais sujeitas a caírem do que pequenos arbustos, com galhos flexíveis, que se dobram a força do vento.
São Paulo vive regularmente este drama. Árvores centenárias, velhas, com tronco mole, como os eucaliptos e os flamboyants, são alvo fácil para uma grande tempestade. A ventania se encarrega de coloca-la abaixo, com as consequências possíveis. Um carro amassado, um muro destruído, uma casa parcialmente destruída.
É tudo verdade. Mas também é verdade que nas regiões arborizadas a temperatura é mais baixa. Que a expectativa de vida é maior, que a sombra faz diferença no bem-estar das pessoas, especialmente num dia quente e sem brisa.
Pense, tudo tem 2 lados, o lado bom das árvores compensa o preço.
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