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Escritórios compartilhados conquistam São Paulo

Capital já tem mais espaços de coworking do que Nova Iorque

Não há dúvidas que a tecnologia está transformando as nossas vidas e principalmente a forma de trabalharmos, conectados, de qualquer lugar. É neste cenário que o coworking no país cresce exponencialmente, com mais notoriedade na capital paulista. Mas não é só a tecnologia que tem impulsionado este crescimento. Há outros fatores que têm levado as pessoas a
optarem por este novo formato de escritório.

Pesquisando os dados, me deparei que apenas em um período de um ano, entre 2017 e 2018, os espaços de coworking tiveram um crescimento de 46,4% no país. São mais de 1.190 unidades, o Estado de São Paulo concentra 39% do total, com destaque para a capital paulista, conforme consta no Censo 2018 do Coworking Brasil. Curiosamente, a cidade de São já tem mais unidades do que Nova Iorque, onde o coworking chegou há mais tempo.

Mas quais são os motivos deste fenômeno principalmente na capital paulista? O primeiro deles está no próprio conceito. É sabido que os espaços de coworking promovem a interação entre os usuários, inclusive de diferentes áreas de trabalho, o compartilhamento de experiências incentivando a criatividade e o aumento da produtividade. Um modelo que foge do escritório tradicional, o que para muitos é um estímulo e uma motivação, e uma solução para quem não se adequou ao modelo de home office.

Há também o lado das empresas. Diferentemente de montar toda a infraestrutura de um escritório, os espaços de coworking já vêm prontos, o que significa economia no bolso delas. Outro grande motivador é a questão da mobilidade urbana, principalmente em uma cidade como São Paulo onde, diariamente, convivemos com um trânsito caótico. Perdemos horas para nos deslocarmos, muitas vezes, em um curto trajeto.

Para se ter uma ideia, os paulistanos perdem diariamente, em média, 2h43 minutos no trânsito, de acordo com um levantamento da Rede Nossa São Paulo. É muito tempo e que poderíamos aproveitar com outras atividades, ainda mais se multiplicarmos o que isso representa semanalmente, mensalmente e até em um período de um ano.

E você sabe como surgiu o coworking? O termo foi criado em 1999, por Bernie de Koven, um designer americano de games. Anos depois, em 2005, o primeiro escritório nesse modelo foi inaugurado em São Francisco, por Brad Neuberg, um engenheiro de software que criou uma comunidade de trabalho com seus amigos. No Brasil, o primeiro escritório compartilhado foi aberto em São Paulo, no ano de 2008, e logo a ideia se difundiu pelo país.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.