A verticalização de São Paulo
Apartamentos dão lugar às casas e, cada vez mais, a cidade é recheada de prédios
Em duas décadas, as residências verticais ultrapassaram as horizontais na cidade de São Paulo, o que significa mais moradias em prédios do que em casas. A constatação é de um levantamento do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), ligado à USP e à Fapesp, com base em dados de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de 2000 a 2020, que classifica como horizontais as térreas e os sobrados, e as residências verticais, as que estão em prédios de apartamentos.
Em números, entre os anos 2000 e 2020, houve um acréscimo de 38,44% na área construída residencial, passando de 386,3 milhões de metros quadrados, para 534,8 milhões de metros quadrados. Em unidades, o acréscimo foi 23,57%, de aproximadamente 2,53 milhões para 3,43 milhões. No período, enquanto o número de residências horizontais cresceu 12%, o volume de apartamentos aumentou 87%.
Um dos fatores que contribuiu para esse resultado foi o aumento de demolições em algumas regiões, principalmente de imóveis de baixo padrão, que deram lugar a prédios residenciais, mais notoriamente, isolados da rua por muros e de uso estritamente residencial, um padrão construtivo que tem mudado gradualmente, com a maior presença de edificações de uso misto, com comércio e serviços no térreo.
Esse modelo de uso misto é incentivado pelo Plano Diretor, em vigor desde 2016. Agora, a lei de zoneamento está em fase de revisão. Outra explicação pela procura maior por apartamentos é a questão da segurança. Não é todo mundo que gosta e que se sente à vontade em morar em casa, principalmente se ela não for de condomínio ou de vila. O estudo do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) não considerou habitações informais que não pagam o IPTU.
Você prefere morar em casa ou em apartamento? Compartilhe: