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As centenárias que fazem a diferença

Em meio a tantos percalços, empresas se adequam e inovam para se manterem competitivas

Ao longo de cem anos muitas coisas mudaram, o mundo presenciou a Segunda Guerra Mundial, o que afetou todos os mercados globais, o Brasil passou por um período de industrialização, que marcou o êxodo do campo para as cidades, e por diversas crises econômicas e inflação descontrolada. Somente entre os anos de 1980 e 1990 foram nada mais nada menos do que sete planos econômicos e quatro moedas diferentes, até que veio a estabilidade com o Plano Real.

Em um país em que prevalece a elevada burocracia, altos encargos trabalhistas, pesada carga tributária e alta taxa de mortalidade, segundo o IBGE, antes da pandemia, 21% das empresas fecharam suas portas após o primeiro ano em atividade, falarmos em empresas centenárias é no mínimo tratar-se de grandes vencedoras em meio a tantos desafios. Não há dados estatísticos de quantas são no País, mas alguns cases ilustram esse cenário.

Em São Paulo, uma das mais antigas é a Alpargatas, originalmente da Argentina, por aqui, a sua história começa em 1907 com a vinda da Argentina para o Brasil do escocês Robert Fraser, investidor que se une a um grupo de empresários, para a criação da Sociedade Anonyma Fábrica Brazileira de Alpargatas e Calçados. Ela começou com uma fábrica na Mooca, para a produção de calçados para trabalhadores na colheita de café.

Outro marco na capital paulista foi a fundação do jornal O Estado de São Paulo, carinhosamente chamado de Estadão, fundado em 1875, por 14 proeminentes republicanos, tendo na redação José Maria Lisboa, Francisco Rangel Pestana e Américo de Campos. E também a Klabin, criada em 1899, por Maurício Freeman Klabin, Salomão Klabin e Miguel Lafer. Inicialmente como fabricante e importadora de artigos de escritório, ela se tornou uma das maiores produtoras e exportadoras de papel e celulose do mundo.

Do interior do Estado, mais especificamente em Araraquara, João Baptista Raia fundou a Droga Raia, no ano de 1905, que décadas depois se fundiu com a Drogasil, em 2011, formando, assim a Raia Drogasil, a maior de farmácias do País, com aproximadamente 2,3 mil lojas. Já a botica mais antiga e tradicional do Brasil é a Granado, criada pelo português José Antônio Coxito Granado, no ano de 1870. Em 2004, ela adquiriu a marca Phebo, fundada pelos primos Antonio e Mario Santiago, no ano de 1930, em Belém (PA).

Já no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, destaque para a Gerdau, que nasceu em 1901 pela iniciativa de Johann Heinrich Kaspar Gerdau. A empresa começou como um fábrica de pregos e se tornou a maior siderúrgica do Brasil.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.