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Continua muito ruim

Tem quem ache que o São Paulo Futebol Clube descobriu o caminho das pedras e vai dar um susto em todo mundo, se revelando um grande time. É verdade, nos últimos tempos o time tem ganhado mais do que perdido, mas a mania de jogar para trás segue firme, entranhada na equipe, que insiste em voltar para o seu campo, quase todas as vezes que deveria atacar. Sem chutar a gol não se marca gol e sem gol não se ganha jogo. 

É uma verdade clara, que poderia estar na Bíblia, colocada na boca de Pôncio Pilatos em seu diálogo com Jesus. Sem chutar a gol não se marca gol e sem marcar gol não se ganha jogo. 

Durante uma partida o São Paulo não chuta dez vezes a gol. Como, além disso, seus jogadores não são propriamente craques com chutes fatais, o São Paulo, quando marca, marca pouco e, como joga para trás, fica sujeito a levar mais gols do que marca.

A regra vale para os outros times nacionais de maneira geral. É olhar onde estão Santos e Corinthians para não se ter dúvida que temos um longo caminho pela frente até recuperar o futebol mágico que fez o Brasil ser internacionalmente reconhecido.

O futebol mudou muito nos últimos anos. Países que antes eram quase piada, hoje jogam um bolão e dão trabalho para as grandes seleções tradicionais se escorarem e não passarem vexame.

Mas jogar de igual para igual com a Venezuela é um pouco demais. E empatar com os Estados Unidos é de fazer Pelé, que introduziu o futebol lá, se virar no túmulo. Pra não fala na Costa Rica…

Nosso futebol é feio, sem criatividade, morno e sem graça. O resultado só poderia ser o que estamos assistindo. Mesmo tendo alguns dos maiores craques do mundo, o futebol no Brasil não empolga, não anima, não faz vibrar como acontecia até 1994. Meu Deus, 1994!        

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.