É férias
É férias. Julho chegou e as escolas suspenderam as aulas em nome de um merecido descanso para os alunos. Antigamente era melhor. Tínhamos férias de dezembro até março, depois julho, o mês inteiro, e ainda sobrava tempo para meia dúzia de feriados, que, num país como o Brasil, esticava para outros e outros.
Mas tanto faz, mudou, e agora é férias de inverno, ainda que sendo um inverno meio atípico, mas sem nada de inédito. Em outros anos também fez calor nos dias de inverno.
Coisas de São Paulo que tinha as quatro estações num único dia e uma garoa persistente que enregelava os ossos. Quando eu era menino, usava uma japona de marinheiro de minha mãe. Depois cresci e segui gostando de usar japona, hábito que cultivo até hoje. Mas, além delas, eu tive casacos de todos os jeitos, com ênfase para um de veludo, acolchoado e com forro de pelúcia, que me acompanhou durante muitos anos.
Só que o tema não são minhas roupas de outro tempo. O tema são as férias de inverno do ano de 2024. A cidade está mais vazia e a consequência é um trânsito um pouco melhor. Ou até bem melhor, se comparado com os últimos dias de junho, quando as férias ainda não tinham começado.
Já foi melhor? Com certeza, já foi muito melhor e não faz tantos anos assim. É verdade, as férias de verão sempre deixaram a cidade mais vazia e com trânsito melhor, mas isso não quer dizer que não dava para suspender o rodízio nas férias de inverno.
Não dá mais. Ninguém nem se lembra disso, mas, até alguns anos atrás, nas férias de inverno, a CET suspendia o rodízio e mesmo assim a cidade tinha um trânsito melhor.
Agora, é tocar em frente como dá, quando dá, da forma que dá. A única certeza é que a CET não vai ajudar ninguém.
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