As estações mudam de cara

[Crônica de 26 de fevereiro de 2003]

São Paulo tem algumas estações de trem deslumbrantes, construídas no auge do ciclo do café pelas diferentes estradas de ferro que passavam pela cidade, justamente transportando as safras entre as fazendas e o porto de Santos.

As duas mais belas e mais importantes, uma perto da outra, são a estação da Luz e a estação Júlio Prestes. A primeira construída pelos ingleses da Santos-Jundiaí e a segunda pelos paulistas da estrada de ferro Sorocabana.

Anos atrás todas as ferrovias paulistas foram estatizadas e as duas estações passaram para o controle do Estado de São Paulo, que decidiu recupera-las, dando-lhes inclusive uso cultural, em complemento a suas funções de estação, hoje muito mais de passageiros de trens urbanos do que de cargas.

A estação Júlio Prestes faz um tempo se transformou na casa da Orquestra Sinfônica Estadual, modificada por um projeto maravilhoso em que o teatro e o salão ao lado se unem a estação que continua funcionando, num dos complexos arquitetônicos mais bonitos da cidade e capaz de se destacar em qualquer lugar do mundo.

Depois da estação Júlio Prestes, foi a vez das antigas instalações do DOPS, que originalmente faziam parte da estação, serem recuperadas e transformadas num museu.

Agora chegou a vez do processo de recuperação e restauro da estação da Luz ser entregue à cidade e a sua população.

A estação da Luz é uma construção deslumbrante e sua recuperação vai embelezar um trecho francamente deteriorado da cidade. É mais um passo para a recuperação do centro. E um passo bem-vindo.
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