Sorte faz parte do jogo
Digam o que disserem, sorte faz parte do jogo. É o caso do goleiro ruim, mas que tem sorte, e do goleiro bom que não tem. Com o primeiro, a bola bate na trave e vai para fora, com o segundo a bola bate na trave, volta, bate nas costas dele e entra. Gol!
Na vida as coisas acontecem assim. Por isso, sem ser leve para ninguém, ela pega mais para uns do que para outros. É o caso do atentado contra Donald Trump.
Se não tivesse mexido a cabeça no instante em que o tiro foi disparado ele teria a cabeça despedaçada pela bala 556 do rifle AR15 usado pelo atirador. Mas ele mexeu a cabeça e a bala acertou sua orelha, sem causar danos mais graves. Ao contrário, o atentado deve turbinar sua campanha.
Depois do tiro, ele foi para a convenção republicana, foi aclamado, escolheu o candidato a vice-presidente, discursou e saiu mais pontos à frente do que entrou. Do outro lado, os democratas vão, sem saber muito bem para onde, o que coloca o mundo em alerta, porque, se Trump ganhar, ninguém sabe o tamanho do estrago.
Para ele a sorte foi tudo. Se dependesse da segurança do candidato, Trump estaria morto e enterrado. Para quem acha que só os arapongas brasileiros são capazes de bobagens inacreditáveis, os norte-americanos mostraram que estão no mínimo no mesmo patamar.
A série de erros é impressionante. Para começar, a polícia foi avisada e não fez nada. Além disso, um policial, por conta própria, foi atrás do atirador, mas caiu do telhado e ficou por isso mesmo. E ninguém se preocupou em vistoriar o perímetro antes do comício.
Entre secos e molhados, o futuro a Deus pertence, mas a sorte já mostrou que faz a diferença. O que vai acontecer pode mudar tudo.
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