Dia dos Pais
[Crônica de 6 de agosto de 2004]
Dia 8 de agosto é o Dia dos Pais. Depois do dia da mãe, do dia da criança, do dia da vovó e do dia da sogra, nada mais justo que o pai ter um dia para ele também.
Eu só não sei se o Dia dos Pais está na ordem certa, ou se ele deveria vir depois do dia do mico leão-dourado, da baleia jubarte, do golfinho de rabo vermelho, das piranhas do Araguaia, da ararinha azul e de mais duas centenas de animais e vegetais de todas as espécies – em extinção ou não – que deveriam ganhar seu dias, para as ongs que cuidam deles cobrarem bastante, e seus dirigentes viajarem pelo mundo, propondo soluções mirabolantes para substituir a soja no cerrado ou salvar a floresta amazônica.
Mas o dia 8 é Dia dos Pais. Não deixa de ser um dia bom, ainda mais quando os filhos realmente sentem amor pelo pai. Faz bem pra alma que fica aquecida por um calor interno muito mais gostoso que qualquer casaco de lã.
É bom acordar e sentir o abraço dos filhos, ou, como no meu caso, das filhas.
É bom ver olhos amigos te olhando com confiança, com carinho, com muito amor. E é bom ver os olhos da mulher, da companheira vendo os olhos dos filhos te olhando.
É bom até liberar a grana para te comprarem o presente dado com imenso carinho e com vontade de agradar. Sem outro motivo, senão agradar.
Tanto faz se o dia dos pais é uma invenção do comércio para vender mais, se é um engana trouxa. Pelo menos nessas 24 horas me deixem ser trouxa, e acreditar que há bondade sem interesse iluminando o mundo.
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