Final do surf olímpico
O Brasil ganhou duas medalhas no Surf Olímpico. Uma de prata para Tatiana Weston-Webb e outra de bronze para Gabriel Medina. As duas foram mais do que merecidas, mas poderiam ter sido de ouro, não fosse o capricho do deus dos mares que decidiu que nenhum deles teria ondas de qualidade.
Gabriel Medina surfou uma onda. Isso mesmo. Uma única onda em meia hora de bateria. E Tatiana Weston-Webb surfou no máximo quatro ou cinco, nenhuma de grande qualidade.
Este é o mistério do surf: nem sempre o melhor vence. Não que os adversários dos brasileiros não fossem surfistas excepcionais. São. E mostraram que são ao longo de todo o torneio, que em nenhum momento teve o mar que fez o Tahiti famoso pelos tubos perfeitos e para onde todos os surfistas gostariam de ir.
Esportes que dependem da força da natureza têm um imponderável a mais, que faz com que tudo que deveria acontecer não aconteça ou aconteça de um jeito completamente diferente do planejado. A regra vale para o surf e vale para a vela. Além disso, uma decisão equivocada também pode levar a um resultado ruim.
É o surfista abrir para fora e as ondas entrarem pelo outro lado para ele ficar sem condições de surfar. Ou o velejador que acredita que o vento vai virar e se coloca para isso, mas o vento não vira e ele fica sem vento no meio da regata.
Os imponderáveis fazem parte da vida e, por mais planejamento que exista, o imprevisto cobra seu preço e muda tudo na história que passa a ter um final feliz diferente. O que era para ser não é. O que não era, passa a ser. Acontece. De todo modo, o importante é que os surfistas brasileiros mereceram suas medalhas e elas vieram porque tinham que vir.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.