Complicado aqui e complicado lá
As coisas estão muito complicadas, aqui e em todos os outros lugares, mais ou menos civilizados, com as exceções de sempre, a saber, China, Rússia e Coréia do Norte, que não são propriamente democracias no sentido amplo do termo.
Entre tropeções e empurrões, o Brasil segue em frente, com as contas mais ou menos dentro do controle, mas com ameaças sérias colocando nuvens escuras no horizonte. O problema não é só econômico, é também político e aí a vaca vai pro brejo, porque nossos representantes não costumam dar o bom exemplo. Que o diga a autoanistia para as contas dos partidos políticos.
E, na economia, não está claro como será feito o controle do déficit. O governo fala, mas entre o que o governo fala e o que o governo faz há uma diferença gritante, que pode ser vista no silencioso reaparelhamento da Petrobrás, com a colocação de quatro mil novos colaboradores, que ninguém sabe se ela realmente precisa, nos quadros da companhia.
Se fosse só isso, já estaria péssimo, mas tem mais e este mais pode embaçar o segundo semestre, ainda mais se acontecer a diminuição dos juros norte-americanos, como parece que vai acontecer.
É para se desesperar, mas você não está só no grito. A França está no meio de um enrosco que tem tudo para acabar mal. A Grã-Bretanha passa por um momento de revisão profunda, que vai cobrar seu preço. Na nossa gloriosa América do Sul, a Argentina ainda não conseguiu se aprumar. As divergências entre brasileiros e argentinos ameaçam acabar com o Mercosul. E por aí vamos, em todos os cantos do planeta.
Para completar, as mudanças climáticas decidiram que não querem sair de cena e as coisas devem ficar muito mais difíceis. Se já é complicado fazer política com tempo bom, imagine com tudo de ponta cabeça…
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